O iluminismo, apesar de se apresentar como o “triunfo da razão”, na verdade dissolveu o princípio de unidade que sustentava a ordem cósmica e moral. Ao deslocar a fonte do Bem do Absoluto para o sujeito humano, o pensamento moderno operou uma inversão ontológica: o homem deixou de participar da ordem divina para se tornar o seu próprio legislador. Esse processo culminou no positivismo jurídico e na ideia de “contrato social”, onde a lei é produto do consenso humano, e não reflexo da ordem universal. Em termos judaicos, isso equivale a romper com o fundamento da Torá como expressão da vontade divina — substituindo o mandamento (mitzvá) pela convenção. A democracia moderna, sob o manto da liberdade, legitima a autonomia da vontade humana como critério moral, o que é precisamente o que Aristóteles e os profetas condenariam: a multiplicidade de fins desconectados do Uno. Tanto Aristóteles em sua Metafísica quanto os grandes pensadores judaicos — Maimônides, Saadia Gaon, Yehuda H...
Embora critique a cultura incel focada em aparência e niilismo (conhecido como positivismo antropocêntrico), a esquerda/direita liberal falha em desmistificá-los, apelando a assimilações distorcidas. A misoginia não se encaixa na lógica formal, e os incels, longe do extremismo clássico, surgem da própria degeneração sexual liberal e do relativismo existencialista. Para evitar a responsabilidade, a esquerda/direita os rotula enviesadamente. Além disso, essa história de incelismo é somente mais uma mecânica dos Estados Unidos, como sempre. O termo incel (involuntariamente celibatário) é recente, mas o problema que ele representa é antigo: a dissociação entre o desejo e o sentido do desejo . No mundo moderno, o sexo foi completamente separado de seu contexto ético e metafísico — tornando-se mera troca simbólica, consumo e desempenho. Isso é consequência direta do liberalismo individualista , que dissolve todas as formas tradicionais de autoridade moral (família, religião, lei natura...